06 maio, 2010

Minha Estrela

Dia Nublado, tristeza há dentro de mim
Se chegar a cair pingos de chuva do céu
Cairá pingos de lágrimas dos olhos meus
Esse dia que trás alegria pra tanta gente
Para mim so trás tristeza, sofrimento
E lembranças do pior dia da minha vida
Pois eu tinha uma estrela, uma belissíma estrela
A que mais brilhava desde o dia em que nasci
Ela foi levada para o céu, permanece lá, bem distante de mim
Antes podia tocar, beijar...ouvir
Hoje nem posso vê-la
Sem ela por muito tempo fiquei sem rumo
Mas hoje sei que de lá do alto ela continua olhando e me amando
E é por isso que falo e olhando para o céu me declaro
Te amo Mainha, minha Rainha a estrela da minha vida.


Gí Leite (2002)

04 maio, 2010

Saudade

O que é saudade? Saudade é aquilo de bom que a gente sente toda vez que algo ou alguém que se gosta não está ou passará a não estar na sua companhia? Saudade é aquela sensação amarga que a gente sente toda vez que um pedacinho do seu mundo bom se esvai entre os dedos?

Saudade. O que é essa bendita saudade? Definir saudade é como se definir. Sentir saudade é identificar a carência de algo bom, é prestar contas pra si mesmo do que te falta.

Pra muitos a saudade não é um sentimento. Ela não existe. Sentir saudade é na verdade o não sentir outras coisas. Não ver. Não ouvir. Não falar. Não rir junto. Não compartilhar. Não saber do que aconteceu na última semana. Não ter idéia  do que vai rolar na próxima semana. Saudade é espaço em branco, é cavidade cardíaca não preenchida, é bexiga sem ar. Saudade é vontade não atendida, é pranto quando o motivo falta, é ilusão quando o ilusionista não está.

Para Chico Buarque, a saudade é um momento, uma razão, um sentido que ensaia ser o revés do parto. Talvez pra mim seja proporcionalmente o inverso. Sentir-se protegido na alma daquele que se espera, daquele que se ouve em pensamento, talvez ensaie justamente um útero que nos proteja de todos os momentos ruins, de todas as empáfias da vida, de todas as frustrações.
Carregar em si essa vontade, essa saudade, mesmo que dolorido é um pressuposto ótimo para se viver. Antes viver da saudade, do que ninguém lembrar de você. A saudade é assim, é pra mim, o que jamais quis entender.
Saudade pode ser racional, frustrante, passional, cardíaca, insana, pura, profunda, inocente, leviana, mas nunca é desmedida, nunca é esquecida. Quem se esquece da saudade? Quem se esquece daquela pessoa, daquele momento, em que todo momento parece te fazer crer que sua vida foi ali.
Saudade passa em lembrar do sorriso, em lembrar da voz, saudade passa no momento em que a minha alma lembra que a alma da outra pessoa não gostaria de me ver sofrer. Saudade passa. 
A modernidade talvez tenha esquecido do sentido único da saudade. O que se tem saudade não se esquece. 
Agradecer os momentos, as diretrizes, continuar e seguir o caminho, sorrir do novo e lindo que aparecerá, rir do que ruiu no passado, confortar-se na ausência do objeto, mas na presença do bem querer. Saudade é estranho, mesmo do lado pode-se sentir.

Saudade.
 Saudade passa. Bons momentos não.

Saudade podia passar por telefone, mas nem isso precisa, o lado ruim da saudade passa rápido, passa tão rápido que quando a gente menos espera está com saudade de novo.

Saudade impera, reina, governa, mas não muda nem decide nossas ações. No máximo faz torcida e reza pra que a saudade termine.

De fato chego a uma conclusão: Saudade não passa. Principalmente saudade do que foi bom.

Tem coisas que só a mente guarda e nem os olhos são capazes de ver...

De André Fernandes Geniselli

03 maio, 2010

Naufrágio

Mergulhada no meu poço de angústias e aflições
Afogando nas minhas mágoas e frustrações
Um grande naufrágio acontece todos os dias
E eu fico a imaginar como seria se eu não soubesse nadar...
Canso, me desgasto, meu fôlego chega a faltar
Viro e começo a flutuar, nas águas tormentas deste mar
Olho pro céu e ponho a pensar
Sei que algo não está no seu lugar
Deixo então de flutuar e recomeço a nadar nas águas tormentas deste mar
Quem sabe alguma embarcação venha me salvar.

Gí Leite (Ago. 2009)

01 maio, 2010

A passagem que não me levou à outra margem

Caminhando triste e abalada Pela estrada calma eu vinha
Dos meus sentimentos que continha 
De minha alma saudade alojada
Será que sou desalmada ou minha alma me abandonou 
Sentei à beira da margem e fique a pensar 
Há caminhos para se tomar
Mas qual a hora certa de iniciar 
A definir qual caminho seguir 
Percebo que ele é indefinido 
Só saberei se foi o certo 
Depois de nele ter me perdido
A ponte cordão umbilical dos caminhos
Não sei onde encontrar Deve estar um lugar longe do meu olhar.

Gí Leite
(Nov. de 2006)