28 junho, 2010

A te esperar

Pensei no tempo
E era tempo de mais
O tempo que te espero
As horas não podem contar
Ouvir sua voz a repetir
Pensando
As frases ditas em noites de luar
Trilha sonora Ivete a embalar
E meu coração sem direção
Mandou você p’outro lugar
O tempo cruel como é
Me fez te amar,
E te esperar sem perceber
Que em todo esse tempo
Você se refez
Outro caminho trilhou
E eu aqui fiquei
No meu caminho só a andar
Pensando no tempo
Que é tempo de mais
Mas nunca de mais
Pra quem deseja amar
Uma vez mais

25 junho, 2010

Um Voo

Lá do alto eu posso ver o azul
Não sei se é céu, não sei se é mar
O azul anil se une
Nesse momento em minha mente
Recife
Mil e uma palavras voam
Mar, amar
Céu, seu
Querer, viver
Estar, voar
Passa o João, passa o José
Passa também aquele que nem
O nome eu sei dizer
Passa as possibilidades fantasmagóricas
De uma cabeça atormentada
De tanto azul anil
De tanto Mar, amar
Chegou a hora de pousar
Terra firme
Os enigmáticos pensamentos
Chegam ao fim
Agora não mais céu, não mais mar
Agora ser e quem sabe amar

Gí Leite (Mai. 2010, retornando de Recife)

22 junho, 2010

Soneto ao Primeiro Amor

"O amor é imortal" 
(Concurso de Soneto 8ª Série de 1999)


Na tentativa de te esquecer
Me perdi na escuridão sem fim
Primeiro amor
Essa escuridão foi resultado da luz 
Que se apagou quando te perdi
Ai então percebi
Eu sei que meu amor é imortal
E ví diante de mim o fim do mundo
Sem você perto de mim
Não sei o que senti, mas já decidi
Eu sei que meu amor é imortal
Hoje sei, não foi a escuridão 
Nem o fim do mundo
Fui apenas descobrindo 
Que esse amor era só o primeiro
Mas continuo na certeza
Eu sei que meu amor é imortal.
Qualquer amor que sinto
É imortal.






Gí Leite ( Set. de 1999)

21 junho, 2010

O Mistério da Vida

Qual será o Mistério da Vida? 
Ah! Se pudessemos descobrir
Desde de que o mundo existe
Somos parte de um ciclo constante
Nascemos, crescemos, vivemos
Reproduzimos e morremos.
Morremos, 
Porque temos tanto medo desta 
Passagem do ciclo, 
É tão natural quanto nascer. 
Quando pensamos racionalmente
Não temos motivos para temer, 
Mas quando o sentimento vem a tona 
É difícil não temer, perder quem amamos. 
A diferença entre nascimento e morte (os extremos da vida) 
É que o nascimento traz alegrias, comemorações 
A morte traz dor, tristeza e muita saudade. 
Na verdade acredito que a humanidade 
Jamais deixará de sofrer com esta passagem da vida
Então eis a conformidade
A aceitação desta passagem.


Gí Leite (Nov. de 2001) 

17 junho, 2010

Fraternidade em meio as margaridas



Houve um tempo em que vivi o mais belo e puro amor familiar
Houve um tempo em que colo, era algo real
Eu tinha sempre mesmo sem pedir


Margaridas
Houve um tempo em que brincar nunca era o bastante 
Houve um tempo em que sorrir
Era mais que um dom em minha vida
Houve um tempo em que o amor
Se resumia em um simples olhar um simples toque
Houve um tempo em que margaridas enfeitavam nosso jardim
Houve um tempo... 
Hoje há saudade... 
Não temos mais este jardim
Não estamos mais tão perto
Há lembranças vivas e intactas
Há o desejo de viver tudo de novo
Há a esperança de um dia
Ter em meio as Margaridas
Dois sorrisos de mãos dadas




Gí Leite (Mai. de 2007)

16 junho, 2010

Flor de Marcela

Há tempos atrás não imaginaria possível 
Haver tanta cumplicidade
Tanta sinceridade
E tanta gratidão
A amizade é assim
Ela nasce como uma bela flor

Uma Flor de Marcela     
Para muitos um remédio natural
Na sua forma conhecida de chá
Para mim essencial
Na sua forma conhecida de amizade
A flor amiga
Trás o mais puro perfume
Que se possa apreciar
Trás a beleza mais singela
Que se possa notar
Trás o sentimento mais conivente
Que se possa experimentar
Assim foi
Assim é
E assim será
Enquanto compartilharmos
Deste imaculado ciclo
Seremos como somos hoje
Lágrimas diferentes
Medos e frustrações iguais
Sorrisos diferentes
Sonhos e planos iguais
Cabelos diferentes
Desejos iguais
Profissões diferentes
Expectativas iguais
Amores diferentes
Frustrações iguais
Sentimentos idênticos
Doses diárias de um
Chá essencial chamado
Amizade


Gí Leite 15/06/2010

11 junho, 2010

Noite dos Namorados

Criados em noites caladas,
Tantos amores vazios
Não preenchem o vazio
Que da alma desvio para não sofrer. 
Tantos amores criados,
Na noite dos namorados
Para abafar a solidão
Deixado nos corações
De quem um amor não tem ao lado
Na noite dos namorados
Para que se deprimir?
É fácil se distrair
Basta somente rir da pobre alma,
Enamorada de solidão
Para que essa madrugada não seja lembrada
Com sofreguidão.
Quem não tem o seu amado
Pode andar desordenado
Procurando diversão,
De tão desordenado
Pode ser que do outro lado
Ao procurar também diversão,
Um outro alguém seja encontrado
Então a noite dos namorados
Será para sempre lembrado
Como um amor criado
Na noite dos namorados.

Gí Leite (11/06/2010









Palavras ao Vento


(Presente no livro Elas Escrevem)

Um silêncio que me faz ouvir o que não sei dizer
Uma solidão que faz com que me feche pro mundo
Sentimentos distorcidos, que se atrapalham
Não consigo ler nas entrelinhas do coração

Uma saudade sem fim, sem ter porque sentir
Simplesmente saudade sentida, tocada e doida

Tento ouvir a voz da razão
Que razão? Isso não existe
A razão jamais falará mais alto
Que a emoção que pulsa no coração

Uma dor que fere a alma
Pior que espinho, ela fere e inflama

Palavras que jogo ao vento
Na tentativa de que alguém as ouça
As entenda, pois eu não as entendo
Apenas escrevo, palavras tortas jogadas ao vento

Uma esperança de acabar com a tristeza
Que reside em minha alma, desinflamar o coração
E viver a vida com menos lamentação.

Gisele Leite, 03/01/08

04 junho, 2010

Rio que corre

(Concorrendo ao IX Prêmio Literário Livraria Asabeça) 


A vida corre como o rio para o mar
Mas corre velozmente
Não temos tempo de ficar na margem
Porque o rio corre assim depressa,
Não pára nem pra respirar
Para que correr tanto se em teus braços nunca chego?
A cada corredeira em que passo
Deparo-me com a falta da paz que almejo em ti
Essa paz tão desejada nas corredeiras da vida
Vida que é minha
Mas também é sua
Sua sim,
Vivo a espera
Enquanto nossos rios correm para o mar
A espera de te ter, te amar e enfim.
Sentarmos na margem do rio
Deleitarmos em um momento mágico
Observado juntos o correr do rio
Do nosso rio da vida
A minha vida corre
A sua vida corre
Mas a chegada e o encontro ao mar
Não chega
Então pergunto ao Cosmos
Porque correr tão depressa?
Porque me impedir de respirar?
Se você é minha chegada



Gí Leite, 04/06/2010

02 junho, 2010

Eu e Jorge

Queria me casar com São Jorge
Ir de cavalo para nossa casa
Minha amada LUA
A LUA seria o bem que exigiria de Jorginho
Lá estaria mais perto das estrelas
Longe da loucura desse mundo cinza
Podia ser que encontrasse o que tanto procuro
E não encontro
O que espero voltar
E nunca voltou
Todos que se foram...
Ou até mesmo com aqueles que, como eu, se arrebatam
Ao admirarem a LUA
Tão bela, iluminada e distante
Mas capaz de tocar fundo no coração dos amantes.
Não posso me casar com São Jorge
Nem mesmo morar na LUA
Mas posso apreciar o brilho de um cenário encantador
Ao olhar para a LUA, sonho, viajo
Não tenho vergonha de assumir afinal
Sonhar é uma maneira de ser feliz,
De buscar forças,
De viver...