07 fevereiro, 2011

Falta inspiração


Há um tempo não escrevo nada por aqui, parece que meu instinto poético deu uma fugida, outro dia até me passou várias coisas interessantes na cabeça, mas não estava com saco para escrever e assim as palavras fugiram da mente.
Mas não há nada melhor que um sentimento de esperança de que "tudo vai dar pé" e assim surge à necessidade de escrever um pouco mais sobre este momento, portanto não chamo isso de inspiração.
Tenho andado distraído, impaciente e indeciso... ops! Não era essa a frase, tenho andado pensando bastante nas coisas que realmente são necessárias para minha sobrevivência emocional, assim como nas pessoas que também são indispensáveis para esta sobrevivência. Com todos esses pensamentos concluí, que os nossos ideais tem o dom de mudar por si só.
O que ontem para mim não podia faltar, hoje não me faz falta, o que foi de suma importância hoje já não é mais.
Alguns dos meus ideais mudaram, outros nem tanto.
Não mudo nada em mim porque é o jeito ideal para os outros, sou o que sou e se é pra me amar que seja assim - me aceite assim - sempre falo isso para a família e amigos, pois essa é minha essência.
Não tente me impor uma ideologia, já tenho e vivo a minha, ela é minha lei "virar o mundo, amar independente da dor que possa causar, morrer de paixão pela vida, aprender com os erros, fortalecer com as quedas e ser eu mesma acima de qualquer aprovação".


Vou aguardar um momento de inspiração, sem preguiça para postar novas palavras ao vento.

17 dezembro, 2010

Aquela Janela

Seria aquela, a janela da alma ou seria ela apenas o reflexo de uma memória nostálgica?
Quando criança, aquela janela representava um obstáculo
Eu tentava incansavelmente escalá-la, tentativas muitas vezes inúteis, pois quase sempre caía sobre as almofadas verdes com forro de cetim.
Vovó adorava me ver brincar na sala, mesmo quando por inúmeras vezes eu quebrava a mesinha de centro... e quando eu levantava e batia a cabeça na janela, ela batia na janela e a dor passava, avó também faz mágica.
Já meu avó sempre dizia - desse daí menina, você vai cair - aí hoje eu digo "é vovô eu caí muito e não foi só da janela"
O tempo foi passando e o significado daquela janela foi mudando de cor (o significado, porque que eu me lembre a janela sempre foi verde).
Nas tardes da minha infância, descia a rua da Escola Dr. Aurelino com minha Caloi amarela correndo até a casa mais querida da cidade e então eu via diante daquela janela Vovô Otacílio sentado com seu livro - cada dia um diferente – então aquela janela deixou de ser a da traquinagem e passou a se chamar “Janela da Sabedoria”.
Pouco mais adiante, passei a ser a dona daquela janela, por obra do destino e aquele cantinho passou a ser o ponto de encontro de muitas tardes e noites entre amigos da adolescência.
Nos encontrávamos para estudar, contar piada, marcar as farras de final de semana e muitas vezes para comer a pipoca que Vovó Ota fazia com tanto amor.
Aos poucos cada um foi deixando sua marca registrada naquela janela, nomes, apelidos, corações, desenhos e frases foram escritas nela, coisas de adolescente. Quantas vezes fui acobertada por Vovó que a deixava aberta para que eu não fizesse barulho ao chegar e Vovô ouvir, coisas de Dona Otacília!
Essas janelas marcaram a minha vida e a de muita gente e eu a defino assim:
Janela aberta
Vovô e seus livros
Gente na porta
Alguém sobre ela
Vovó feliz 
Eu satisfeita de ter aquela janela
Hoje ao ir de passagem a minha cidade, dentro do ônibus passando pela Av. Juracy Magalhães me bate aquela saudade, os olhos ficam marejados, pois vejo ali, aquela janela verde que um dia foi tão movimentada e colorida, hoje tão solitária e apagada.



Gisele Leite, 2010

07 novembro, 2010

A Grande Guerra

Ir a luta não é pra qualquer um não
Isso é só para os fortes e corajosos e assim sou eu
Vou a luta, enfrento a loucura e procuro não entender a lógica do sistema
Faço planos como qualquer um, mas não deixo de manter o foco no hoje
pois ele quem me garantirá o amanhã.
Luto sim, luto todos os dias contra meus próprios pensamento
Luto diariamente contra a saudade, contra o cansaço


Luto contra a raiva que me toma quando vejo tanta coisa errada, tanta gente fingida
Luto sim, luto contra meus fantasmas que toda noite insistem em me assombrar
luto contra a insegurança e o medo do amanhã não ser como eu planejo
Às vezes dou trégua a todas essas lutas, dou sim, quem aguenta lutar sempre afinal?
Me entrego sim e ao me entregar percebo que caio, desanimo e deixo tudo isso tomar conta de mim
Mas acabo percebendo que a melhor defesa é o ataque, então levanto e volto a lutar com todas as forças.
Posso até não vencer todas as minhas lutas internas ou externas
Mas se não tentar, se não lutar, olharei para o espelho e direi "muito prazer grande otária"
Por isso luto, por amor a minha auto imagem
Por amor a todas as causas ganhas e perdidas


Sei que só assim poderei olhar no espelho e dizer "muito prazer grande guerreira"!


Gí Leite (Nov.2010)

11 outubro, 2010

Ser Criança é ser Feliz

Gisele Leite



Quando somos crianças queremos crescer, mas quando adultos queremos voltar à infância ou até mesmo ao útero da mãe.
Quando crianças, brincamos imitando a vida adulta, porém com certa inocência, mas quando adultos temos vontade de parar de trabalhar e brincar no quintal da avó.
Quando criança, choramos quando nossa mãe dava aquela bronca, quando adultos choramos por não levar aquelas mesmas broncas.
Quando crianças, temos as melhores atitudes do mundo, quando adultos esquecemos-nos daquelas atitudes e somos cruéis.
Quando criança, fazemos as perguntas mais inteligentes e quando adultos não sabemos responder nenhuma delas e então usamos a famosa frase "Porque Sim".
Quando criança, temos a imaginação que nos leva longe, mas quando adultos erramos o caminho de volta.
Querer ser criança quando adulto é inevitável...
Quem depois de adulto nunca quis correr pro colo da mãe e chorar por medo?
Quem nunca quis ir pra casa da Avó se esconder do mundo?
Quem em algum momento difícil não desejou voltar à infância e ficar um bom tempo por lá?
Depois de adulto não podemos regressar à infância, mas podemos manter viva a eterna criança que há dentro de nós.
Criança com alma infantil e não com “atitudes” infantis.


Obs.: Nossa Sr Aparecida abençoe todas as crianças e todos os adultos que tem alma de criança!




Gisele Leite 12/10/10

03 outubro, 2010

Gracias a La Vida

Não quero saber o que dizem que virá, não mesmo
Que venha o sim, que venha o não
A vida sempre foi feita de tantas contradições
Gracias a La Vida
Afinal o que seria do escuro se não houvesse o claro?
Da derrota sem a vitória?
A vida não tem somente espinhos, uma hora a rosa brota
E bota pra fora todo aroma que nela se guarda
Para que possa ser apreciado por todos nós
A existência dessas imensas contradições
escuro/claro,
derrota/vitória,
espinho/rosa
Me levantam, me põe pra cima e me faz enxergar
“Que não há mal que não se acabe e nem bem que não exista”
Não mesmo...
Me sinto leve e confiante perante esta certeza
Nenhuma dor é para sempre e ela somente existe para nos fazer fortes.
E a Deus só tenho a dar “Gracias a La Vida” como canta Juanes...