20 fevereiro, 2011

100 sentido


Tenho trilhado meu caminho em estradas turbulentas, volta e meia fico só e isso não é culpa de ninguém. 
A cada passo que dou, passo uma borracha nas pegadas, assim fica difícil de me seguirem, então porque reclamar da solidão que me invade em momentos como esse?
Sei lá se sempre fui assim, o fato é que amo minha vida sofrendo, chorando, sorrindo ou cantando vou seguindo aí.
Um dia sei que vou parar, firmar o pé no chão e deixar de ser tantas vezes cruel comigo mesma, mas esse momento ainda não é agora. Pode ser amanhã, daqui  um ano ou no fim da vida.
Sinto-me a cada dia como um bicho diferente do reino animal, às vezes tartaruga que se esconde dentro do casco quando avista uma paixão, outras um pavão que quer se aparecer quando toma uma cerveja em volta de amigos.
Na verdade o animal que mais vive em mim é o camaleão que se camufla para se esconder das predadoras dores, do corpo, da alma, do coração, afinal para que chorar se posso fingir um sorrirso.
Mas no final das contas, quando olho no espelho quem está lá, sou eu mesma, sem casco, sem penas e sem pele de réptil, sou eu assistindo todo o filme da minha vida até aqui, e perguntando – até quando? – até quando ficarei feliz só com a felicidade dos outros?
Adoraria um dia ficar feliz, com minha própria felicidade.

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