31 agosto, 2010

Contraditório

Muitas vezes não sei dizer o que sinto
É uma confusão de sentimentos
Contraditório
que atrapalha o funcionamento da minha mente
Vontade de ficar de ir e vir... Tudo junto
Amor e raiva ao mesmo tempo                                        
Quero ficar mas não dá
Esta batalha insana contra os fantasmas
me impedem de seguir.
Quem me dera ter três vidas...três almas!
Uma viveria na fantasia, para desfrutar
de tudo que desejo profundamente.
A segunda, viveria na crua realidade
saberia sem fuga de todas as complicações
que uma vida real pode ter.
A última...essa sim seria feliz
Ela teria a felicidade da primeira e a verdade
da segunda.
Quem sabe teria as respostas para minhas perguntas
O que me faz ser quem sou?
Assim poderia compreender estas contradições 
que me deixam sem chão...

Gisele Leite - Jun.2002

Conturbação dos 16 anos

16 anos

A vida é uma eterna solidão
É quase impossível falar com alguém
que de maneira nenhuma se sinta só.
Tenho vários amigos, uma família enorme
e mesmo assim a solidão me persegue
Às vezes sinto como se morasse na lua
sozinha, sem ninguém e sem nada
Somente eu...conversando com as estrelas
e com os cometas, tentando brigar com o sol
e falando mal de todos os planetas.
Às vezes egoistamente, chego a crer que
só a lua me entende, mas calada ela permanece
Nada me satisfaz
Nada me acalma
Nada me consola
A não ser esta insana devoção à solidão
Peço que um dia possa ser arrancada de mim
essa imensa solidão, essa insistência que a tristeza
tem em me fazer pirar e pairar sobre a solidão.
Rezo para que algo surja em minha vida
venha comigo, me tire dessa solidão
E que me ajude a viver...Se é que vivo.

Gisele Leite - Jan.2002

16 julho, 2010

Sentada no Viaduto

Preciso dar um jeito nessa vida
Mudar o armário ou o cabelo não vai adiantar
Mudar de emprego ou de cidade quem sabe
Mas pode também, de nada adiantar
O que é preciso mudar?
Sentada no Viaduto
Os sentimentos, os amores as amizades? 
Não
É preciso plantar
Novos sentimentos, novos amores e novas amizades
Mas se não encontro uma muda sequer de amor
Então como mudar, como plantar?
Os espaços estão vazios
Mas as ruas estão cheias de carro
De gente atormentada
Que assim como eu
Ficam a pensar
O que é preciso mudar
Fugir pro mato era tudo que precisava
Mas de nada ia adiantar
Os espaços vazios iriam me acompanhar
Triste realidade de quem vive em grandes cidades
Triste realidade de quem procura a felicidade
Triste realidade de quem deseja se multiplicar.
Triste realidade de quem não muda nunca.

Gí Leite (Jul. 2010)

28 junho, 2010

A te esperar

Pensei no tempo
E era tempo de mais
O tempo que te espero
As horas não podem contar
Ouvir sua voz a repetir
Pensando
As frases ditas em noites de luar
Trilha sonora Ivete a embalar
E meu coração sem direção
Mandou você p’outro lugar
O tempo cruel como é
Me fez te amar,
E te esperar sem perceber
Que em todo esse tempo
Você se refez
Outro caminho trilhou
E eu aqui fiquei
No meu caminho só a andar
Pensando no tempo
Que é tempo de mais
Mas nunca de mais
Pra quem deseja amar
Uma vez mais

25 junho, 2010

Um Voo

Lá do alto eu posso ver o azul
Não sei se é céu, não sei se é mar
O azul anil se une
Nesse momento em minha mente
Recife
Mil e uma palavras voam
Mar, amar
Céu, seu
Querer, viver
Estar, voar
Passa o João, passa o José
Passa também aquele que nem
O nome eu sei dizer
Passa as possibilidades fantasmagóricas
De uma cabeça atormentada
De tanto azul anil
De tanto Mar, amar
Chegou a hora de pousar
Terra firme
Os enigmáticos pensamentos
Chegam ao fim
Agora não mais céu, não mais mar
Agora ser e quem sabe amar

Gí Leite (Mai. 2010, retornando de Recife)