16 junho, 2010

Flor de Marcela

Há tempos atrás não imaginaria possível 
Haver tanta cumplicidade
Tanta sinceridade
E tanta gratidão
A amizade é assim
Ela nasce como uma bela flor

Uma Flor de Marcela     
Para muitos um remédio natural
Na sua forma conhecida de chá
Para mim essencial
Na sua forma conhecida de amizade
A flor amiga
Trás o mais puro perfume
Que se possa apreciar
Trás a beleza mais singela
Que se possa notar
Trás o sentimento mais conivente
Que se possa experimentar
Assim foi
Assim é
E assim será
Enquanto compartilharmos
Deste imaculado ciclo
Seremos como somos hoje
Lágrimas diferentes
Medos e frustrações iguais
Sorrisos diferentes
Sonhos e planos iguais
Cabelos diferentes
Desejos iguais
Profissões diferentes
Expectativas iguais
Amores diferentes
Frustrações iguais
Sentimentos idênticos
Doses diárias de um
Chá essencial chamado
Amizade


Gí Leite 15/06/2010

11 junho, 2010

Noite dos Namorados

Criados em noites caladas,
Tantos amores vazios
Não preenchem o vazio
Que da alma desvio para não sofrer. 
Tantos amores criados,
Na noite dos namorados
Para abafar a solidão
Deixado nos corações
De quem um amor não tem ao lado
Na noite dos namorados
Para que se deprimir?
É fácil se distrair
Basta somente rir da pobre alma,
Enamorada de solidão
Para que essa madrugada não seja lembrada
Com sofreguidão.
Quem não tem o seu amado
Pode andar desordenado
Procurando diversão,
De tão desordenado
Pode ser que do outro lado
Ao procurar também diversão,
Um outro alguém seja encontrado
Então a noite dos namorados
Será para sempre lembrado
Como um amor criado
Na noite dos namorados.

Gí Leite (11/06/2010









Palavras ao Vento


(Presente no livro Elas Escrevem)

Um silêncio que me faz ouvir o que não sei dizer
Uma solidão que faz com que me feche pro mundo
Sentimentos distorcidos, que se atrapalham
Não consigo ler nas entrelinhas do coração

Uma saudade sem fim, sem ter porque sentir
Simplesmente saudade sentida, tocada e doida

Tento ouvir a voz da razão
Que razão? Isso não existe
A razão jamais falará mais alto
Que a emoção que pulsa no coração

Uma dor que fere a alma
Pior que espinho, ela fere e inflama

Palavras que jogo ao vento
Na tentativa de que alguém as ouça
As entenda, pois eu não as entendo
Apenas escrevo, palavras tortas jogadas ao vento

Uma esperança de acabar com a tristeza
Que reside em minha alma, desinflamar o coração
E viver a vida com menos lamentação.

Gisele Leite, 03/01/08

04 junho, 2010

Rio que corre

(Concorrendo ao IX Prêmio Literário Livraria Asabeça) 


A vida corre como o rio para o mar
Mas corre velozmente
Não temos tempo de ficar na margem
Porque o rio corre assim depressa,
Não pára nem pra respirar
Para que correr tanto se em teus braços nunca chego?
A cada corredeira em que passo
Deparo-me com a falta da paz que almejo em ti
Essa paz tão desejada nas corredeiras da vida
Vida que é minha
Mas também é sua
Sua sim,
Vivo a espera
Enquanto nossos rios correm para o mar
A espera de te ter, te amar e enfim.
Sentarmos na margem do rio
Deleitarmos em um momento mágico
Observado juntos o correr do rio
Do nosso rio da vida
A minha vida corre
A sua vida corre
Mas a chegada e o encontro ao mar
Não chega
Então pergunto ao Cosmos
Porque correr tão depressa?
Porque me impedir de respirar?
Se você é minha chegada



Gí Leite, 04/06/2010

02 junho, 2010

Eu e Jorge

Queria me casar com São Jorge
Ir de cavalo para nossa casa
Minha amada LUA
A LUA seria o bem que exigiria de Jorginho
Lá estaria mais perto das estrelas
Longe da loucura desse mundo cinza
Podia ser que encontrasse o que tanto procuro
E não encontro
O que espero voltar
E nunca voltou
Todos que se foram...
Ou até mesmo com aqueles que, como eu, se arrebatam
Ao admirarem a LUA
Tão bela, iluminada e distante
Mas capaz de tocar fundo no coração dos amantes.
Não posso me casar com São Jorge
Nem mesmo morar na LUA
Mas posso apreciar o brilho de um cenário encantador
Ao olhar para a LUA, sonho, viajo
Não tenho vergonha de assumir afinal
Sonhar é uma maneira de ser feliz,
De buscar forças,
De viver...